A controvérsia do sangue artificial
À primeira vista, sangue artificial parece uma boa coisa. Ele tem uma durabilidade maior que o sangue humano. Como o processo de manufatura pode incluir esterilização, ele não corre o risco de transmissão de doenças. Os médicos podem administrá-lo em pacientes com qualquer tipo de sangue. Além disso, muitas pessoas que não podem aceitar transfusões de sangue por motivos religiosos podem aceitar sangue artificial, particularmente PFCs, que não são derivados de sangue.Porém, o sangue artificial tem estado no centro de muitas controvérsias. Os médicos abandonaram o uso do HemAssist, o primeiro HBOC testado em humanos nos Estados Unidos, após pacientes que tinham recebido o HBOC terem morrido mais freqüentemente do que aqueles que haviam recebido sangue doado. Às vezes, as empresas farmacêuticas enfrentam problemas para provar que seus carregadores de oxigênio são eficazes. Parte disso porque o sangue artificial é diferente do sangue real, assim, é difícil desenvolver métodos precisos para comparação. Em outros casos, como quando o sangue artificial é usado para fornecer oxigênio através de tecido cerebral inchado, os resultados podem ser difíceis de serem quantificados.
Imagem cedida por Laboratórios Northfield O PolyHeme, dos Laboratórios Northfield, é um tipo de sangue artificial |
Outra fonte de controvérsia envolveu os estudos de sangue artificial. De 2004 a 2006, os Laboratórios Northfield começaram a testar um HBOC chamado PolyHeme em pacientes com trauma. O estudo ocorreu em mais de 20 hospitais por todos os Estados Unidos. Como muitos pacientes de trauma estão inconscientes e não podem consentir com procedimentos médicos, o Food and Drug Administration (FDA) aprovou o teste como um estudo sem consentimento. Em outras palavras, os médicos podiam dar aos pacientes o PolyHeme em vez de sangue real sem pedir permissão primeiro.
Os substitutos do sangue podem ser usados como drogas de aperfeiçoamento de desempenho, muito similarmente ao sangue humano quando usado nos testes antidoping. Um artigo de outubro de 2002 na "Wired" relatou que alguns ciclistas estavam usando Oxyglobin, um HBOC veterinário, para aumentar a quantidade de oxigênio no sangue.
Apesar da controvérsia, o sangue artificial pode ser usado em ampla escala dentro dos próximos anos. As próximas gerações de substitutos de sangue provavelmente serão mais sofisticadas. No futuro, HBOCs e PFCs podem se parecer muito mais com os glóbulos vermelhos, e poderão transportar algumas das enzimas e antioxidantes que o sangue real transporta.