Mantega defende bancos estatais e empréstimos do BNDES
DE BRASÍLIA
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira em evento na Fieg (Federação das Indústrias do Estado de Goiás) que os empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) foram fundamentais para a viabilização de investimentos durante a crise econômica mundial, especialmente por conta das taxas de juros reduzidas aplicadas pela instituição.
"A taxa de juros é um problema crônico no Brasil e reduz a competitividade do empresário brasileiro frente a países que têm taxas de juros menores", afirmou.
Mantega ainda defendeu a atuação das empresas públicas na concessão de crédito durante a crise. "Foi uma necessidade. Não é que o governo quer ocupar o setor com os bancos públicos. Elas cumpriram a sua missão e hoje o setor privado volta com força, atendendo a necessidade de crédito do país".
O ministro ainda apontou a importância de o governo ter mantido os investimentos com infraestrutura e citou como exemplo os gastos com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Ele negou, contudo, que o governo apresente um viés estatizante. "É uma posição pragmática. Quando o setor privado não tem condições, temos que entrar. Acho que agora o BNDES não terá mais esse papel. Temos de dar condições para que o setor privado possa oferecer credito".
Ainda no evento, no qual falou sobre a situação econômica brasileira, Mantega anunciou um empréstimo de R$ 3,7 bilhões do governo federal à geradora de energia CELG, que será feito por meio do governo estadual, para ajudar a sanear as dívidas da companhia.
"É bom para CELG e para o Estado. Não é para [beneficiar] um governador ou partido político, mas para o Estado. O governo federal vai dar garantias. Estamos com boa vontade e achamos o caminho". A liberação do empréstimo será feita pela Caixa Econômica Federal.